04/09/2019 às 07h07min - Atualizada em 04/09/2019 às 07h07min

Jornalista aponta nomes que podem vencer a disputa eleitoral para a Prefeitura de Palmas no ano que vem


jornal opção                                                                              pré-candidatos da capital

Dock Júnior
 
Após um Raio-X de Gurupi e Araguaína, o Jornal Opção fecha a série de análises acerca das possibilidades eleitorais para o pleito municipal de 2020. Desta feita, a síntese é da capital tocantinense: Palmas.
 
Se Carlos Amastha (PSB) não pode ser candidato a prefeito – porque já foi reeleito em 2015 e renunciou ao mandato em 2017 – sua menção aqui é pertinente, face à capilaridade política que o presidente estadual do PSB possui na capital.

Por si e pelo partido, Amastha terá o poder de decidir quem será seu aliado na luta pela reconquista da prefeitura de Palmas. O mais provável, por enquanto, é que o ex-prefeito firme uma parceria com o deputado federal Vicentinho Jr (PR), que tem mandato até 2022 e não teria nada a perder, caso não obtivesse êxito na disputa.

 A vantagem é que a eleição do republicano abriria vaga na Câmara Federal para o parceiro de primeira hora de Amastha: o vereador Tiago Andrino (PSB), primeiro suplente da coligação “Renova Tocantins”.

Alternativamente, o próprio Andrino, ou mesmo o deputado estadual Ricardo Ayres (PSB), poderiam até ser o cabeça de chapa do grupo de Amastha, apostando, naturalmente, no apoio e na própria musculatura política do ex-gestor.

Também não será surpresa se – assim como ocorreu no pleito ordinário de 2018 – Amastha conseguir “arrastar” o MDB para seu grupo. Além do presidente estadual, Marcelo Miranda, a eventual aliança poderia trazer Dulce Miranda como candidata a prefeita que, assim como Vicentinho Jr, tem mandato até 2022 e, se eleita, também cederia a vaga na Câmara Federal a Tiago Andrino, visto que o vereador palmense é o primeiro suplente de ambos.

Questões indefinidas

Neste caso, três questões ainda a serem definidas: a primeira é que a candidatura do deputado estadual emedebista Valdemar Jr cairia por terra; a segunda, é que o fiel e histórico escudeiro do MDB no Tocantins, o PV da família Lelis (Marcelo e a deputada Claudia), estaria fora da parceria, face à aversão declarada a Amastha; a terceira, por fim, é que o senador Eduardo Gomes (MDB) ficaria atrelado à chapa, ficando impedido de manifestar seu apoio à sua protegida, a atual prefeita, Cinthia Ribeiro (PSDB).

Inobstante a isso, também corre à boca pequena que Amastha pretende se lançar candidato a vereador em Palmas, não para recomeçar sua carreira política – que para muitos está consolidada – mas para fazer da tribuna da Câmara Municipal, o seu palanque para 2022. Ele já percebeu que apenas pelo Twitter, Instragam e Facebook, seus argumentos e alfinetadas não atingem, em cheio, os alvos pretendidos.

Quanto a atual inquilina do Paço Municipal, Cinthia Ribeiro, sua reeleição passa por diversos fatores. O primeiro deles é vencer a disputa interna contra o presidente estadual da sigla, o ex-senador Ataídes Oliveira. Certamente, a chancela passará, necessariamente, por uma convenção partidária, uma vez que ambos pretendem disputar o cargo pelo partido. Cinthia tem a seu favor o PSDB nacional e o PSDB Mulher. Já Ataídes garante que conta com vários delegados, suficientes para sua indicação. É esperar para ver…

Prefeita nunca disputou eleição como cabeça de chapa

Uma vez transposto este obstáculo, Cinthia terá que enfrentar outro problema: a ausência de familiaridade com as urnas. Ela nunca disputou uma eleição como candidata principal. Ser responsável por uma boa administração da coisa pública é um fator que pode contribuir com a eleição de qualquer candidato, contudo, convencer o eleitor que seu nome é o melhor, definitivamente, não é tarefa para amadores. Cinthia faz uma gestão considerada como regular ou boa por grande parte da população da capital. Tem mantido salários e progressões dos servidores em dia; tem cuidado dos aparelhos públicos; tem planejado, erguido e inaugurado obras, além de viabilizar e implantar políticas públicas sociais.

Cinthia ainda vai contar com o aporte de U$ 60 milhões de dólares do empréstimo contraído junto à Cooperativa Andina de Fomento – CAF. Logicamente, muitas outras obras serão iniciadas e, várias delas, talvez até inauguradas antes do período eleitoral. Mas isso é suficiente? Ainda não é possível afirmar. É que falta à prefeita mais articulação e experiência política no trato com a Câmara de Vereadores, com a Assembleia Legislativa, com a Câmara Federal e com o Senado. Quem são seus aliados de primeira hora? Ela não possui nenhum “tubarão” ao seu lado. Sem grupo político, sua tarefa pode ser muito mais árdua do que se pode imaginar.

O nome do Palácio Araguaia

Por falar em grupo, sem dúvidas, o maior deles estará aliado e à disposição do vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS). Ele já se declarou mais pré-candidato do que nunca e não há quaisquer questionamentos acerca do seu poderio e musculatura política. Experimentado na vida pública, detentor de vários mandatos de vereador em Porto Nacional e em Palmas, dois mandatos de deputado estadual e dois de vice-governador do Estado do Tocantins, Wanderlei é articulado, inteligente e será o nome do Palácio Araguaia para a disputa municipal. Além de contar com o grupo político do governador, Barbosa já provou que é uma figura expressiva neste cenário e, para isso, basta observar as expressivas votações de Leo Barbosa (SD), seu filho, para vereador e deputado estadual, sempre como o mais votado nas eleições que disputou. Foi uma impressionante transferência de votos, obtidas por Wanderlei, o que demonstra sua força.

Mas e o ponto negativo? Ser o candidato do governo estadual tem seus prós e contras. Como estará a popularidade do governo de Carlesse em meados de 2020? Processos judiciais em trâmite, acerca do pleito suplementar de 2018 e outros por improbidade administrativa, propostos contra o governador, estarão em qual estágio? É necessário relembrar que o Palácio Araguaia não vence uma eleição municipal em Palmas desde 2000, quando elegeu Nilmar Gavino Ruiz. De lá para cá, nunca mais. Já foram quatro eleições perdidas…

E quanto ao eterno candidato a prefeito de Palmas, Raul Filho? Em que pese seus apoiadores o colocarem na disputa, Raul atualmente sequer está filiado a um partido político. Após desentendimentos com a senadora Kátia Abreu (PDT) e seu grupo, ele se desfiliou do PSD, cujo presidente estadual é o senador Irajá – filho da pedetista – e ainda não se filiou novamente.

Candidaturas ideológicas

Alguns correligionários mais próximos dizem que Raul cogitou tentar se eleger no Estado do Pará, mais precisamente em Santana do Araguaia, onde possui uma propriedade rural, hotel, pousada, posto de combustível, etc. Outro entrave de sua candidatura é incerteza dos eleitores quanto à sua elegibilidade. Na eleição de 2016, essa dúvida culminou com sua derrota para Amastha. Enfim, para Raul, outras peças do tabuleiro precisam ser mexidas para que ele firme a pré-candidatura.

Naturalmente, haverá as candidaturas ideológicas ou mesmo aqueles registros eleitorais, típicos de quem precisa marcar território, entre os quais o deputado estadual Junior Geo (PROS), o candidato ao parlamento estadual mais votado em Palmas em 2018, com 7.408 votos. Além dele, poderão pintar nas urnas os deputados estaduais Zé Roberto (PT) e Luana Ribeiro (PSDB), que ainda alimentam o sonho de serem gestores da capital. Exceto os relacionados, talvez um ou outro candidato nanico, incapaz de representar quaisquer abalos às grandes candidaturas.
 
 
 
 
 
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