22/08/2019 às 08h40min - Atualizada em 22/08/2019 às 08h40min
Crise dos mortos força familiares a enterrarem corpos de falecidos em cemitérios clandestinos no norte do Estado
Alberto Rocha - Alberto Rocha
Alberto Rocha
A crise dos mortos em Araguaína chega a mais um capítulo. Familiares estariam sepultando os corpos de falecidos em cemitérios clandestinos em localidades próximas à cidade. Isso porque no principal cemitério de Araguaína, o São Lázaro, no centro, não teria mais vagas para enterros, conforme a própria prefeitura já esclareceu.
Casos recentes de enterros em cemitérios clandestinos aconteceram na localidade conhecida como Pedreira, às margens da TO 222, perto do povoado Rodeador, na região da Barraria, município de Filadélfia.
“Estão trazendo corpos de Araguaína para serem enterrados aqui no cemitério que já está desativado há muito tempo, mas eles descobriram esse local aqui e estão enterrando mortos de Araguaína. O local está abandonado e não tem estrutura para receber esses mortos”, afirmou um dos moradores do local.
O cemitério desativado pertencia antigamente a famílias de fazendeiros da região, mas hoje está dentro de uma área que pertence a uma pedreira. Chacareiros e fazendeiros que moram próximos ao cemitério garantem que os corpos que estão sendo enterrados no local não têm nenhuma relação de parentesco com moradores da região.
“É esquisito o que está acontecendo aqui. Eles vêm de Araguaína e enterram os corpos no cemitério que nem a gente daqui está usando mais, pois está numa área particular. A gente procura saber de quem são os corpos, mas familiares dizem que são de outras locais, sem nenhum parentesco com os moradores daqui da região; eles só dizem que em Araguaína não tem mais vagas”, desabafa uma senhora.
Recentemente, a Prefeitura de Araguaína alegou que o cemitério São Lázaro não tinha mais espaços para enterros, e sugeriu a cremação dos corpos. O caso, polêmico, rendeu críticas à sugestão da prefeitura.