04/09/2021 às 08h04min - Atualizada em 04/09/2021 às 08h04min

Pesquisadores apoiados pelo Governo do Tocantins desenvolvem projeto para auxiliar no combate ao calazar em Araguaína


Foto: Divulgação
 
A leishmaniose viceral, conhecida como calazar, é alvo de estudo científico em áreas estratégicas da região urbana do município de Araguaína-TO. O objetivo é instalar, até o final de 2021, mais de 400 armadilhas para capturar o mosquito palha com a finalidade de fazer uma análise laboratorial para identificação dos vetores e avaliação de fatores relacionados à transmissão da doença, visando construir evidências que possuem aplicabilidade na construção de políticas públicas de combate, prevenção e conscientização da comunidade.

A pesquisa contribuirá com o reconhecimento do período do ano, onde a população do mosquito palha na cidade é maior e avalia o risco de transmissão da leishmaniose visceral entre humanos e animais. O estudo faz parte do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS) e conta com apoio financeiro do Governo Federal e do Governo do Tocantins, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt).

O projeto é fruto da parceria da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia (EMVZ) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) com a Secretaria Municipal de Saúde de Araguaína, por meio do Centro de Zoonoses (CCZ), e dos governos. O estudo é desenvolvido por pesquisadores e conta com a participação de alunos de mestrado e de iniciação científica da universidade. Também tem o apoio de técnicos e pesquisadores do Centro de Controle de Zoonoses de Araguaína e de agentes de endemias, com o papel de colaborar para a instalação e a retirada das armadilhas, bem como a identificação dos vetores.

"Fazer parte da pesquisa do PPSUS é uma oportunidade de crescimento acadêmico e um privilégio. O que me proporciona a vivência na pesquisa científica, o aprendizado de novas técnicas e ainda aprimora os conhecimentos da graduação", afirma a graduanda de Medicina Veterinária da EMVZ da UFT Araguaína, Rita de Cássia Chaves.

Com duração de 12 meses, a execução do projeto está sendo feita nas residências selecionadas onde foram instaladas as armadilhas luminosas tanto na área interna quanto externa para captura de insetos, que serão analisados pelo Laboratório de Entomologia do município e Laboratório de Parasitologia da universidade. Até o momento, mais de 300 armadilhas já foram instaladas e cerca de 3 mil mosquitos capturados em áreas com maior número de casos de transmissão da leishmaniose visceral em humanos.

“O estudo só está sendo feito devido apoio financeiro do Governo Federal, por meio do PPSUS; e do Governo do Tocantins,  via Fapt, o que possibilitou o financiamento do material utilizado no laboratório como as armadilhas e os insumos para realização do estudo. Sem esse apoio, não seria possível o desenvolvimento da pesquisa”, afirmou a coordenadora do projeto, a professora doutora em Ciência Veterinária, Helcileia Dias Santos, que atua na UFT de Araguaína.  

Para o presidente da Fapt, Márcio Silveira, a pesquisa vai trazer soluções para os problemas de saúde por meio da implementação de políticas públicas no município de Araguaína, no que diz respeito ao combate ao calazar. “Isso demonstra a importância da parceria entre os governos federal, estadual e municipal em prol de ações que beneficiem a sociedade. Sabemos que a colaboração da comunidade é essencial nesse processo”, afirmou.

Leishmaniose

A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é transmitida pela fêmea do mosquito palha que pica o animal infectado e depois pica o ser humano. As pessoas infectadas apresentam febre, emagrecimento, anemia e também podem afetar órgãos internos como fígado e baço. Esta é uma doença grave, que, sem o tratamento adequado, pode levar à morte.

Prevenção

A pesquisadora alerta a sociedade sobre a importância dos cuidados com as residências para evitar a proliferação do mosquito e consequentemente da doença. O inseto transmissor da leishmaniose se multiplica em matérias orgânicas e em criadouros de animais, como porcos e galinhas em área urbana, lixos e folhas úmidas. Os moradores que possuem cachorro também precisam ficar atentos para prevenir o cão da contaminação, como manter a vacinação em dia e conservar os animais em locais limpos. Caso o animal apresente sintomas como problemas na pele, crescimento das unhas e emagrecimento exagerado, é necessário que o animal seja levado até um veterinário ou no Centro de Controle de Zoonoses para realizar o teste de calazar.
(Governo do Tocantins).

 
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