03/09/2019 às 06h47min - Atualizada em 03/09/2019 às 06h47min
Idosa faz um empréstimo e recebe outro de “brinde”; Procon alerta para golpes aplicados na cidade
Alberto Rocha - Alberto Rocha
Alberto Rocha
Não foi por falta de aviso. “Nós avisamos a eles para não fazerem qualquer tipo de empréstimo sem a presença dos filhos, mas eles teimaram e acabou dando nisso”, disse uma filha de dona M.S.L.
Dona M. S. L é aposentada e mora na zona rural do município de Babaçulândia, norte do Estado. Por várias vezes, seus filhos a impediram de fazer empréstimos em agências financeiras em Araguaína. “Sempre a alertamos para os golpes e perigos, mas ela foi escondida a uma financeira e deu no que deu”, disse uma das filhas.
Escondida dos filhos e com a ajuda e consentimento do esposo, a idosa foi até uma dessas agências e fez um empréstimo, só que deu errado. Três meses depois chegaram dois carnês referentes a dois empréstimos que ela teria feito num mesmo dia, na mesma hora e na mesma financeira que fica, segundo, em frente à agência do Bradesco, centro de Araguaína.
O susto que a idosa levou foi bem maior que o dinheiro que caiu na conta dela. Os empréstimos vão consumir quase todo o aposento dela por alguns anos. Um dos empréstimos foi feito pela financeira em 70 meses, quase 6 anos.
Com pouca leitura, a idosa diz que não sabia o que estava assinando e que uma moça mandava ela assinar muitos papéis para efetivar o empréstimo. Sem saber que estava caindo numa armadilha, ela assinava tudo que via pela frente. “Era muito papel e a moça tava com pressa”, diz a aposentada arrependida do que fez.
A idosa ainda procurou o banco pagador para reclamar do empréstimo fantasma que não fez. Segundo ela, funcionários da agências teriam dito a ela que a moça que teria feito o empréstimo na financeira estava “ sumida” e era procurada pela polícia.
O que diz o Procon
De acordo com o diretor do Procon de Araguaína, Manoel Messias, esse tipo de ação é um ato criminoso, pois o idoso nem sabe que está fazendo uma empréstimo.
Casos assim devem ser denunciados à polícia civil por meio de um boletim de ocorrência e, depois, entrar com uma reclamação no banco pagador para cancelamento do empréstimo indesejado.
Se não der resultados, a pessoa deve procurar o Procon e fazer uma reclamação. O órgão tenta um acordo com as partes ou entra com um processo contra a financeira e o banco, caso não concordem com a proposta de acordo.
“O Procon recomenda aos aposentados e população em geral que tenham cuidado na hora de assinar qualquer proposta de empréstimo, pois tem muito golpe na praça. Procure sempre um banco para qualquer tipo de transação nesse sentido, é mais seguro”, alerta o diretor.