O Brasil confirmou o primeiro caso de pessoa contaminada com a variante XBB.1.5 do coronavírus, segundo a Rede Dasa. A vítima é uma paciente de 54 anos do interior de São Paulo, moradora da cidade de Indaiatuba
Ainda de acordo com a Dasa, que é líder em medicina diagnóstica no Brasil e na América Latina, a amostra foi coletada em novembro de 2022, mas a confirmação da nova variante ocorreu apenas agora devido ao tempo necessário para o sequenciamento das mais de 1.300 amostras selecionadas naquele mês.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES) afirma que mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual. “A confirmação de variantes ocorre por meio de sequenciamento genético e, no momento, um caso da variante XBB.1.5 foi confirmado por um laboratório particular e está sob acompanhamento junto ao município de origem”, diz parte do documento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, a variante XBB é uma recombinação de sublinhagens da Ômicron, com uma “vantagem de crescimento” sobre outras cepas identificadas e potencial de contaminação cinco vezes maior. Nos Estados Unidos, onde a nova mutação do vírus surgiu, o número de casos registrados da variante representava 1%. Nesses primeiros meses de janeiro representam 40%.
Médico infectologista de Goiás, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marcelo Daher explica que não há motivo para alarde da população, embora alerte para a importância da vacinação. O especialista explica que os números de casos irão aumentar nos próximos dias, mas que as pessoas vacinadas estarão protegidas, destacando a importância de se adotarem as medidas de segurança, recomendadas pelas autoridades de saúde pública.
“Provavelmente teremos um novo pico da doença, uma nova onda com transmissões intensas, mas sem maiores gravidades”, comenta. “O que precisamos reforça: a vacina traz proteção, não protege contra as infecções, mas protege contra os casos graves da doença”, diz.
Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 170 milhões de pessoas estão vacinadas com as duas doses, o que equivale a 80% da população. Médico infectologista do Distrito Federal, Julival Ribeiro explica que a nova variante tem forte poder de transmissão e consegue driblar o sistema imunológico, fazendo com que as vacinas percam força e piorando alguns quadros. Daí a importância de completar o ciclo vacinal, além de usar máscara e lavar as mãos constantemente.
“É importante salientar que a pandemia não acabou, tem várias subvariantes circulando no mundo, inclusive tem milhares de casos ocorrendo envolvendo duas subvariantes na China. Temos que nos cuidar”, alerta. “Todas as pessoas devem ser vacinadas contra a Covid-19. E aquelas que não receberam a dose de reforço devem fazer. Daí a importância de se vacinar o ciclo completo justamente para se prevenir de casos graves, hospitalizações e morte”, orienta.