17/09/2019 às 08h32min - Atualizada em 17/09/2019 às 08h32min
Enquanto o Tocantins pega fogo, comando da Polícia Militar desativa batalhões de proteção ambiental e transfere policiais
Alberto Rocha - Alberto Rocha
foto-Governo do Tocantins
Alberto Rocha
O Comando da Polícia Militar do Tocantins parece andar na contramão da crise do fogo que se espalhou por quase todo o Estado em 2019 e também sobre a questão da proteção ambiental.
A instituição, por meio de uma portaria, nº 434/2019, publicado no dia 21 de agosto de 2019, resolveu movimentar Policiais Militares por necessidade do serviço, isto é, o Comando da PM esvaziou ou colocou fim às atividades dos batalhões de polícia ambiental do Estado.
Os batalhões desativados pelo Comando da PM exerciam atividades de proteção ao meio ambientes nas cidade de Aguiarnópolis (norte), Formoso do Araguaia (sul), Gurupi (sul), São Salvador (sul), Dianópolis (sudoeste), Caseara(sudeste), Peixe (sul) e Palmas (centro).
De acordo com a portaria, são cerca de 30 policiais que trabalhavam na proteção ao meio ambiente, agora transferidos para outros batalhões. A medida começou a valer a partir do dia 22 de agosto.
A portaria traz a justificativa para as transferências dos policiais. “Considerando ainda que, toda movimentação tem por finalidade principal assegurar a ação presença, atendendo a necessidade do serviço nas Unidades, Subunidades e respectivas frações destacadas da Corporação, e também a demanda operacional aliada à necessária adequação e distribuição do efetivo existente para atender a sociedade tocantinense”.
Fontes ligadas à polícia militar e ouvidas pelo portal otocantins na condição de anonimato, revelaram que muitos policiais estariam revoltados com a nova medida do Comando. “A gente não entende por que que o Comando resolveu acabar com os batalhões de proteção ambiental. Foi uma atitude errada e precipitada. Se há a necessidade de transferir policiais, então que transfiram aqueles cedidos para órgãos que não tem nenhuma necessidade, como o Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa, Defensoria Pública, Ministério Público e outros órgãos onde tem muitos policiais militares trabalhando lá”, disse uma das fontes.
O descontentamento com a nova medida também vem da população. “Até agora não sabemos os motivos dessa mudança. Aqui, em Aguiarnópolis, o batalhão ambiental era muito importante, a gente tinha para quem fazer uma denúncia de desmatamento, de pesca proibida, de queimadas, de crime de caça e outros crimes ambientais. E agora, vamos chamar quem?”, pergunta um morador de Aguiarnópolis, norte do Estado.