28/12/2021 às 08h14min - Atualizada em 28/12/2021 às 08h14min
Casas ficam apenas com o telhado para fora d'água durante cheia e ribeirinhos precisam deixar povoados
Foto: Divulgação A população ribeirinha de Miracema do Tocantins ainda está assustada. O nível da água do rio Tocantins subiu rapidamente com as chuvas dos últimos quatro dias, obrigando os moradores a deixarem a região às pressas. Desde a última sexta-feira (24) choveu mais do que o esperado para o mês todo. Em alguns pontos as casas estão completamente submersas, em outros apenas os telhados ficaram de fora.
"Já perdemos aqui, estamos perdendo ali, entendeu. A situação nossa é essa aqui de quem mora na beira do rio. Nós tem que ficar é de vigília, tem galinha tem tudo aí ó.", conta o morador José Moreira, que teve plantações inteiras alagadas.
Uma das situações mais graves é a do setor Barra da Providência. "Tô com quinze anos em Miracema e nunca tinha visto uma enchente dessa", diz uma moradora.
No entorno, as praias de água doce acabaram desaparecendo. Na Praia do Funil, uma das mais turísticas da região, não é possível mais ver a faixa de areia. Com os reservatórios cheios, a Usina Hidrelétrica de Lajeado precisou abrir as comportas e isso aumentou ainda mais o nível do rio.
"Aqui tudo é praia, tá vendo? Você ver, estacionamento ali ó. Ali é a praia, pra você ver, tá tudo tomado. Não tem nenhum lugar que não tá tomado", comenta o pescador Aldo Valentim Zanatta. "As cheias começam fevereiro, março, abril, e nós estamos em dezembro. Nós não sabe o que vai acontecer", complementa.
Em Tocantínia, também na região central do estado, a praia da cidade ficou submersa e os postes da orla quase desapareceram. A balsa que faz a travessia para Miracema suspendeu a operação por falta de pontos seguros para atracar.
A situação também é grave no sul do estado. Em Peixe carros ficaram quase encobertos pela chuva e até um jacaré foi encontrado nadando nas ruas do centro da cidade.
Estamos vizinhos também registram estragos. Na Bahia, subiu para 470 mil o número de pessoas afetadas pelas fortes chuvas. Em todo o estado, já são 31.405 desabrigados e 31.391 desalojados, além de pelo menos 20 mortos segundo os dados mais recentes da Defesa Civil.
Em Goiás os municípios de Cavalcante e Monte Alegre de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, decretaram calamidade pública. Comunidades quilombolas estão com as casas e lavouras debaixo d'água e estradas e pontes precisaram ser interditadas. Cerca de mil famílias estão isoladas. (G1 Tocantins).