16/05/2020 às 07h42min - Atualizada em 16/05/2020 às 07h42min

Mães que salvam: “Voltar para casa e ver meu filho é o que sustenta minha missão”, diz enfermeira


Foto: Divulgação 
 
Hedisônia Brilhante, 37 anos, é uma das muitas mães da área da saúde que, na linha de frente do combate à doença, enfrenta o desafio entre trabalhar e cuidar dos filhos. A profissional é a segunda homenageada da série: Mães que salvam, em homenagem àquelas que precisam se dividir entre a saúde e o amor.

“Está sendo desafiador, porque preciso me dividir entre o trabalho, os cuidados extremos lá fora, orientar em casa e a missão de ser mãe presente, sem passar para ele toda carga que essa pandemia tem trazido. Sou uma das muitas mães da saúde que não sabem o que é descansar nos últimos meses, redobrando o cuidado com as pessoas, e lutando para não perder o ritmo da mãe presente”, contou Hedisônia.

Desafios

“Uma das coisas que está sendo muito difícil para mim é a distância entre nós na hora de dormir. Somos só ele e eu em casa, sempre dormimos juntos, mas agora como cuidado preventivo, ele tem dormido sozinho; a presença dele perto de mim é o que mais sinto falta”, desabafou a enfermeira.
 
Segundo ela, outro desafio da maternidade é acompanhar o Luís Felipe nas aulas on-line. “Hoje meu filho não tem conseguido participar das aulas, é tudo muito novo para ele e sente minha falta ali ao lado para auxiliar com o computador, mas ele não me cobra, porque sabe que tenho dedicado meus dias para ajudar a salvar mães, pais e até outras crianças e entende que tudo vai passar”, destacou Hedisônia.

Como estratégia para aliviar a tensão emocional, o estresse e ansiedade dos dois com a mudança repentina no dia a dia da casa, a enfermeira evita falar muito sobre a doença, assistir noticiários e tem feito a opção por momentos de entretenimento com brincadeiras, filmes e outras atividades que possam fazer juntos e sempre com muita alegria.

Cuidados

Desde do início da pandemia da covid-19, Hedisônia dedicou tempo para explicar ao filho de forma clara os riscos da doença, mas principalmente as atitudes que teriam que tomar, juntos, para a prevenção. “Quando a minha mãe chega do trabalho ou de outro lugar já lembro ela que precisa deixar o calçado e a roupa lá fora, correr para tomar banho logo e só depois disso pode vir me abraçar”, descreveu o garoto.

Esperança

A profissional de saúde ainda analisou sua vida pós-pandemia. “Amo minha profissão, amo ser mãe, sou grata a Deus por ter me dado essas duas graças a de ajudar o próximo, por meio do trabalho, gerar e criar uma vida. Não tenho dúvida que ao passar tudo isso, serei uma profissional e uma mãe bem melhor, valorizando cada instante, cada abraço, cada momento com aqueles que amo, principalmente com Luiz Felipe”.



 
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