08/10/2019 às 12h09min - Atualizada em 08/10/2019 às 12h09min
Não choro pelos frigoríficos, mas pelo povo que perdeu R$ 900 milhões
Alberto Rocha - Alberto Rocha
foto-internet Alberto Rocha Quando o governo do Estado suspendeu benefícios aos frigoríficos fiquei assustado. Não sou dono de frigorífico nem trabalho lá, mas fiquei preocupado com as possíveis futuras consequências.
Mas, após entrevista coletiva do secretário de fazenda do Estado, comecei a entender os motivos da suspensão.
O governo deixou claro que havia irregularidades nos benefícios. Os “11 frigoríficos em atividade no Estado apresentam algum tipo de irregularidade fiscal que chega a aproximadamente R$ 57 milhões no recolhimento de impostos”.
E os valores repassados aos frigoríficos como incentivos? 206 milhões de reais. Só nos últimos cinco anos, o governo deixou para os frigoríficos 900 milhões de reais, quase 1 bilhão de reais. É muito dinheiro para uma categoria diante de uma crise financeira de Estados pobres, como o Tocantins, que ainda sobrevive de economia primária.
Os 206 milhões deixados com frigoríficos davam para construir, segundo a matemática do próprio governo, quatro grandes hospitais no Tocantins, o que ajudaria a melhorar a vida do povo tocantinense.
Não choro pelos frigoríficos nem pelos bois abatidos lá, mas choro pelo povo que ficou, em cinco anos, sem os 900 milhões de reais, que deveriam ser investidos na saúde, educação, infraestrutura, segurança, entre outros.