19/09/2019 às 08h16min - Atualizada em 19/09/2019 às 08h16min

Obra no Maranhão pode causar poluição nas praias de cidades tocantinenses; população pede fiscalização do MPF

Alberto Rocha - Alberto Rocha


Alberto Rocha
 
Uma obra às margens da BR 010 (Belém-Brasília), no Estreito (MA), divisa com Aguiarnópolis (TO), norte do Estado,  é alvo de queixas e de críticas da  população das duas cidades vizinhas.

A obra, que está sendo construída com recursos do governo federal,  é uma imensa galeria às margens da BR 010, no perímetro urbano do Estreito. Tudo indica que é uma construção de responsabilidade do Dnit- Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.

A obra já tem algum tempo que se iniciou, mas  não tem nenhuma placa no local indicando a empresa responsável pela construção, nem sobre o prazo de entrega e o valor gasto. O fato está despertando a curiosidade dos moradores do Estreito (MA) e também de Aguiarnópolis (TO).

Mas, o que mais  chama a atenção e que está sendo alvo de críticas e de queixas  na obra é a possibilidade da imensa galeria  jogar toda a água da chuva  dentro do rio Tocantins. No local, não existe  nenhum indicativo de tratamento específico para evitar a poluição do meio ambiente.

Além das águas das chuvas,  a galeria pode levar para dentro do rio todo  tipo de lixo e dejetos de  postos de combustíveis, hotéis, lojas, oficinas, residências, que ficam  ao lado da galeria que corta a cidade.

Além do Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), há outra cidades próximas  banhadas pelo rio Tocantins, que poderiam ser atingidas diretamente com a poluição, entre elas, Porto Franco (MA), Tocantinópolis (TO) e Itaguatins.

Segundo fontes ouvidas pelo otocantins, moradores de Aguiarnópolis e do Estreito estariam  mobilizando uma manifestação para chamar a atenção das autoridades com relação à possível poluição no rio Tocantins causada pela galeria que está sendo feita às margens da BR.
Se nada for feito aqui vamos fazer uma manifestação, vamos fechar a ponte na BR que liga o Estreito a Aguiarnópolis. Vamos parar tudo aqui. Não somos contra a obra, somos contra a poluição do rio, nossa única saída para lazer e sobrevivência aqui”, disse um morador do Estreito.

 Também, os moradores pedem ajuda do Ministério Público Federal.

É incrível como as autoridades estão caladas sobre um assunto tão sério como esse. Se toda a sujeira que vai cair na galeria desembocar no rio Tocantins, a destruição do meio ambiente será certa. Peixes vão morrer, as praias vão ser contaminadas, vai ter doença, os ribeirinhos vão ser prejudicados e podem até adoecer. É um descaso. Queremos a fiscalização urgente do Ministério Público Federal. Não é possível um negócio desse e ninguém faz nada”, diz revoltado um morador de Aguiarnópolis.
 

 
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