“Produzo todos os tipos de artesanatos e o amigurumi é o principal, pois além de me dar uma boa possibilidade de renda, também me traz tranquilidade, é uma terapia. A gente faz por amor e essa é uma oportunidade de recomeçar lá fora, de já ter profissão, o artesanato é algo muito trabalhoso, delicado e que precisa ser feito com muito carinho e cuidado”, relatou K.S.B., de 30 anos, da Unidade Penal Feminina (UPF) de Miranorte.
Ela produz desde biojoias até bonecos de crochê e está entre os diversos custodiados que desenvolvem projetos de artesanato nas 25 unidades penais do Tocantins. Além dos artefatos feitos na UPF, também se destacam as peças com a base de madeira produzidas pelos presos da Unidade Penal de Paraíso; e os artesanatos com palitos de picolé, na Unidade Penal Regional de Palmas. Também são produzidos itens como tapetes de crochê, redes de pesca e outros que serão expostos durante a 23ª edição da Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2023).
Agrotins
Pensando em dar visibilidade às peças feitas de norte a sul do Tocantins, a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça do Tocantins (Seciju) irá expor os trabalhos realizados no Sistema Penal durante os dias 16 e 20 de maio na Agrotins 2023. Esse é o segundo ano consecutivo que a Pasta marca presença na Feira, retratando um pouco do que é realizado nas unidades penais do Estado.
O superintendente dos Sistemas Penitenciário e Prisional, Rogério Gomes, reforça que a presença na Feira é uma forma de elevar o Sistema Penal e dar foco para a importância do trabalho na reinserção social. “A Agrotins tem grande visibilidade no Norte do país e retrata as várias frentes de trabalho do Governo do Tocantins, por isso, expor os produtos feitos por custodiados, assim como contribuir na organização do evento, é uma forma de dar visibilidade ao Sistema Penal e mostrar como essas atividades são importantes no trabalho de reinserção do preso”, afirmou.
A exposição está sendo organizada pela Gerência de Reintegração Social, Trabalho e Renda ao Preso do Sistema Penal, que articulou junto às Unidades e a outras Pastas do Governo, a viabilidade da ação. Durante a Feira, os visitantes poderão conferir produtos feitos em mais de 10 unidades penais do Estado, com peças tanto decorativas quanto utilitárias.
Arte como ferramenta de reinserção social
Contribuir com a reinserção social por meio da capacitação e do trabalho, possibilitar a remição de parte da pena para os custodiados e facilitar as relações interpessoais dentro das unidades penais são alguns dos objetivos dos projetos de artesanato.
As ações fazem parte do Programa Novo Tempo, que fomenta a educação, a qualificação, o trabalho e a renda para pessoas privadas de liberdade que, ao participarem dos projetos, também têm a possibilidade de remição de parte da pena por meio do trabalho.