Artigo de opinião - ELIANE D. ROCHA Palmas, capital do Tocantins, é uma das cidades mais bonitas do País, especialmente no centro, verde e florida.
Já para as bandas das Arnos (norte), dos Aurenis, Capadócia, Taquaralto, Taquari, a foto é outra: a cidade dos invisíveis. A sujeira, buracos, mato, extrema pobreza, dentre outras mazelas, refletem o abandono da capital que foi planejada para ser a cidade dos sonhos.
Palmas não tem uma identidade política própria a exemplo da maioria das cidades do Estado. A falta de “bairrismo” local facilita a ascensão de políticos forasteiros, que não têm compromisso com a cidade. A maioria deles defende apenas seus próprios interesses. O povo que se lasque.
No voo histórico à beira da Serra do Carmo, o idealizador da cidade, Siqueira Campos, tinha o sonho de uma cidade linda, próspera e progressista. Mas uma coisa é o que estava no papel, outra coisa é a realidade de hoje.
Politicamente, Palmas parece “terra de ninguém”, e muitos se aproveitam disso. A cidade dos sonhos precisa se reinventar, e a chance está no ano que vem.
Mas, infelizmente, parece que o gatilho continua apontado para danos irreversíveis, a menos que o povo, mercadoria de banca de idiotas, se liberte de políticos que prometem bois gordos em época de vacas magras.
Ano que que vem tem eleição, e o povo, que cansou de meter a mão na cumbuca para puxar uma galinha em vez de penas, precisa acordar. Caso contrário, o pesadelo vai continuar para além da JK e da Teotônio Segurado.
Está avisado: Palmas é linda e grande. A cidade não pode ser tratada como penico de ninguém. Se o povo não “chutar a bunda” de políticos aproveitadores, a frustração coletiva será maior que a ponte e o lindo lago azul.