24/03/2023 às 17h51min - Atualizada em 24/03/2023 às 17h51min

Polícia Civil encerra 1ª fase da operação "Tá no Grale" e apreende cinco veículos de luxo obtidos ilicitamente por meio de “Rifas Digitais”


 

A Polícia Civil do Estado do Tocantins, por intermédio da 1ª Delegacia de Palmas e da 2ª Delegacia Especializada de Repressão às Infrações de Menor Potencial Ofensivo (Deimpo), encerrou nesta sexta-feira, 24, a 1ª fase da operação Tá no Grale, que apura a movimentação milionária de valores obtidos ilicitamente por meio de Rifas Digitais.

A modalidade criminosa consiste na realização de sorteios não autorizados pelos órgãos competentes, divulgando nas redes sociais dos envolvidos e captando recursos dos participantes de boa-fé. Os investigados se valeram do elevado número de seguidores que possuem nas redes sociais, para promover os sorteios. 

Em um dos sorteios, o veículo modelo saveiro avaliado em R$ 90 mil permitiu a arrecadação de R$ 499 mil (quatrocentos e noventa e nove mil reais), um lucro de R$ 409 mil (quatrocentos e nove mil reais) em um período de um mês.

No período investigado, de maio de 2022 a fevereiro deste ano, os três investigados arrecadaram ilicitamente R$ 4.581.316,54 (quatro milhões, quinhentos e oitenta e um mil, trezentos e dezesseis reais e cinquenta e quatro centavos).

Nesse período, os envolvidos adquiriram diversos veículos de luxo com o dinheiro proveniente da prática criminosa. Foram apreendidos até o momento quatro carros e uma moto, com avaliação estimada em R$ 640 mil e bloqueio bancário de valores de R$ 635 mil. Há mais um veículo avaliado em R$ 150 mil que está em poder de um dos investigados, que está fora da cidade, mas por meio de seu advogado, comprometeu-se a fazer a entrega espontânea do bem. Deste modo, perfazendo o montante de R$ 1.425.000 em indisponibilidade.

Durante a operação, chamou a atenção dos policiais que, do total de trinta e seis sorteios realizados pelos investigados, doze não constam os números sorteados e nem ganhador, sendo a prática ilícita, pois não gera direito à exigência do participante, causando desestabilidade social.

Contravenção 

Segundo o delegado de Polícia Gustavo Henrique da Silva Andrade, nenhum dos investigados tinha autorização da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria, do Ministério da Economia (Secap) para promover ou patrocinar sorteios por meio da referida plataforma digital. “A prática enquadra-se, inicialmente, no tipo contravencional intitulado loteria não autorizada, previsto no art. 51 da Lei das Contravenções Penais, sujeitando o seu autor a uma pena pecuniária”, afirmou.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, dentre outros, podendo ser condenados a penas que ultrapassam 30 anos de reclusão.

O delegado Gustavo Henrique ressaltou a importância de a população denunciar esse tipo de prática. “As pessoas devem sempre verificar a regularidade dos sorteios em que participam e denunciar atividades suspeitas às autoridades competentes, evitando ser vítima de crimes como esse”, frisou. 

A operação Tá no Grale contou com a participação de policiais civis da 1ª Delegacia de Palmas e da 2ª Deimpo, além do apoio de equipes de outras delegacias especializadas da Polícia Civil.

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