24/10/2022 às 08h31min - Atualizada em 24/10/2022 às 08h31min

Primeira edição dos Jogos Escolares Indígenas do Tocantins terminou neste sábado, 22


 
Terminou nesse sábado, 22, em Palmas, a etapa estadual dos Jogos Escolares Indígenas do Tocantins (JEITs). A competição promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), teve a adesão e envolvimento de todas as comunidades locais na disputa dos jogos, que busca valorizar as manifestações esportivas e culturais dos povos indígenas do Estado.
 
Esta é a primeira edição dos JEITs que já mobilizaram cerca de 600 estudantes nas seis etapas regionais, realizadas no mês de setembro. Na fase estadual  participam também representantes de todas as etnias; Apinajé com 42 estudantes; Karajá Xambioá com 24; , Krahô com 38; Javaé com 39; , Karajá com 40, Krahô Kanela com 7; Awã Canoeiro e Xerente com 41 estudantes atletas. 
 
As competições, destinadas a estudantes com idade entre 12 e 17 anos, começaram nesta sexta-feira, 21, e seguem até a noite de sábado, 22. Nestes dois dias de competições, 11 modalidades estão em disputa: arco e flecha, arremesso de lança, luta corporal, corrida 100 metros rasos, corrida de resistência 2 mil metros, corrida de resistência 3 mil metros, corrida com varinha 4x100 metros, corrida com tora, cabo de guerra, natação e futebol society.
 
De acordo com o gerente de Educação Indígena da Seduc, Waxiy Maluá Karajá, os Jogos representam um feito histórico em prol dos povos indígenas do Tocantins. “Os Jogos Escolares Indígenas permitem uma troca de conhecimento das modalidades que fazem parte das comunidades, como luta corporal e corrida de tora. Isso é valorização da cultura indígena. E trazer essa prática para dentro da escola em forma de competição junto aos jovens é muito importante. Eles querem muito vivenciar isso. É emocionante ver a alegria e a satisfação dos jovens representando as suas escolas e os seus povos”, frisou. 
 
A professora da Escola Manoel Achurê, Selma Karajá acredita que os jogos escolares indígenas devem se transformar em uma nova tradição para todos os povos do Estado. “Este evento é de extrema importância para nós indígenas e com certeza deve ter continuidade. Pois, além de retratar nossos costumes, resgata nossa cultura, promove intercâmbio entre as aldeias e mostra também à população o orgulho que temos das nossas atividades”, destacou a educadora. 
 
Para a atleta Jéssica Rodrigues, de 17 anos, uma das integrantes do time de Cabo de Guerra do povo Karajá Xambioá, a iniciativa além de gerar entretenimento e troca de saberes, possibilitou também aos estudantes a oportunidade de conhecerem seus parentes mais distantes, residentes de outras aldeias. 
 
De acordo com o estudante Jeferson Tukunaka, representante do povo Javaé na disputa de Luta Corporal, a primeira edição dos jogos tem sido uma motivação a mais a todos os alunos indígenas. “O esporte e principalmente as nossas modalidades dentro do ambiente escolar tem gerado ainda mais identificação, diminuindo o abandono dos estudos e dando uma nova perspectiva a mim e aos meus colegas”.
 
A estudante da Escola Indígena Aldeia Txuíri-Hina, Maluajiji Javaé, de 15 anos, representante do povo Javaé na natação, falou da sua satisfação em participar dos jogos. “Estou feliz por conhecer a capital e representar meu povo nos primeiros Jogos Escolares Indígenas”, frisou.

 
 
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