17/05/2022 às 12h25min - Atualizada em 17/05/2022 às 12h25min

Fenômeno que vai gelar parte do Brasil deve ter poucos reflexos no Tocantins


Foto: Divulgação
 
A chegada de uma onda de frio ao país se tornou um dos assuntos mais comentados neste início de semana, mas será que esse fenômeno vai ser suficiente para reduzir o calorzão no Tocantins? Entre as principais cidades a previsão é de ocorra sim uma pequena redução na temperatura mínima, principalmente durante a madrugada, com possibilidade de chuvas.

Segundo especialistas, a onda de frio será mais sentida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do país. Os efeitos podem chegar até a região Norte, mas de forma bem menos acentuada.
É o que explica o meteorologista José Luiz Cabral, do Núcleo de Meteorologia da Universidade do Tocantins (Unitins). “Precisamos entender que uma massa de ar como essa, que está atuando na região sul e sudeste do Brasil, perde muito de suas características em seu deslocamento”.

Ele afirma que o Tocantins já tem temperaturas mais baixas nas primeiras horas do dia e que os reflexos não devem ser tão marcantes.

“Podemos ter mudanças de quarta para quinta com a possibilidade de chuvas. Outra questão, é que queda na temperatura, no máximo o que pode ocorrer aqui seria na temperatura mínima, ainda, condicionada as condições de tempo locais e a atuação de outros fenômenos meteorológicos.”

Previsão nas principais cidades

Em Palmas, ao longo da semana, a máxima deve varia entre os 29 e 34 graus. Durante a noite e madrugada a temperatura pode cair para até 16°C na quinta-feira (19) e 15°C na sexta (20).

Em Gurupi, as máximas variam entre 30 e 34 graus. As mínimas ficam na casa dos 20°C, com previsão e cair para 17°C e 16°C na quinta e sexta, durante a madrugada e início da manhã.

Para Araguaína a temperatura máxima ao longo da semana vai variar entre 31 e 33 graus. A exceção é a sexta-feira (20), cuja mínima deve ser de 18°C e a máxima de 28°C. 

Qual o motivo dessa onda de frio no país?

O frio atípico das próximas semanas pode ser explicado pela conjunção de uma série de fatores climáticos (que afetam o clima, no longo prazo) e de tempo (mais localizados).

Um dos fatores é o La Niña - fenômeno que acontece quando há resfriamento das águas da região central do oceano pacífico por pelo menos três meses consecutivos.

"O fenômeno deixa a atmosfera um pouco mais fria, então cria uma condição favorável para que as temperaturas despenquem com a entrada de uma frente fria", explica o professor do Instituto de Ciências Atmosféricas da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) e coordenador do Lapis (Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites).

O La Niña, no entanto, não é novidade – ele tem estado presente nos últimos dois anos.

O que está acontecendo no momento é que, neste cenário onde o fenômeno já afeta a atmosfera, vai haver a passagem de dois fatores meteorológicos pelo continente: o deslocamento de uma massa de ar polar vinda da Antártida e a passagem de um ciclone extratropical pelo sul do continente.

A passagem de massas de ar polar pelo continente é comum - é o que gera as frentes frias e, em geral, gera menos chuvas no sul e mais chuvas no norte. No entanto, em conjunto com a passagem do ciclone extratropical, ela cria as condições para um frio mais intenso.

"O ciclone extratropical traz um pouco mais de umidade e intensificação dos ventos", explica Barbosa. "Isso gera risco de geadas no Sul e de friagem na região Centro-Oeste e em alguns estados do Norte", afirma.
(G1 Tocantins).

 
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