19/10/2021 às 07h20min - Atualizada em 19/10/2021 às 07h20min
Transformação de vida dos adolescentes em cumprimento de medida passa pela atuação dos servidores do Sistema Socioeducativo
Foto: Divulgação Ancorado nos princípios do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que norteiam a execução das medidas socioeducativas, a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) atua em diversos eixos adotando princípios, regras e critérios que levam a transformações duradouras na vida dos adolescentes que passam pela medida de socioeducação.
Neste sentido, o Sistema Socioeducativo dispõe de uma equipe multiprofissional formada por psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, preparador físico, médico, técnicos de enfermagem, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e agentes de segurança que atuam na prestação das assistências aos adolescentes nas áreas de educação, saúde, assistência social, cultura, capacitação para o trabalho, esporte, rodas de conversas, orientações, assistência religiosa e no fortalecimento dos vínculos com familiares e com a comunidade local, garantido todos os direitos a eles reservados a fim de gerar estímulos e despertar novos recomeços no momento pós medida.
A superintendente de Administração do Sistema de Proteção dos Direitos da Criança e Adolescente, Rute Andrade, reforça o poder transformador dos projetos desenvolvidos pelo Sistema Socioeducativo voltados aos adolescentes. “O trabalho de atendimento socioeducativo visa dar oportunidade ao adolescente de ressignificar suas vidas e isso é possível a partir das atividades desenvolvidas pelas equipes técnicas, bem como com os agentes que estimulam a reflexão e novas perspectivas. Durante a internação, os adolescentes têm a oportunidade de viver experiências pedagógicas que favorecem uma nova visão de mundo, instigando-os a repensar suas vidas”, destacou a superintendente.
Unidade de Semiliberdade
O resultado de todo esse trabalho reflete em atendimentos humanizados com priorização da vida, da escuta e do diálogo, além de oportunizar cultura, lazer, profissionalização e fortalecimento dos vínculos familiares com os adolescentes.
É o que acontece na Unidade de Semiliberdade Masculina (USL) de Palmas, que transforma vidas direcionando os adolescentes para trilhar novos caminhos, a exemplo do P.H.B.C que vinha de um quadro anterior à medida de uso de drogas intenso, com sinais de depressão e falas de desvalorização da vida. Hoje ele é um leitor voraz, faz tratamento e é acompanhado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e está prestes a assinar um contrato de trabalho ainda antes de finalizar sua medida socioeducativa.
“Buscamos trabalhar as potencialidades dos adolescentes sempre visando integrá-los ao convívio comunitário, inclusive favorecendo sua participação em diversas atividades, com o apoio da equipe de agentes de segurança. Percebemos que o alinhamento da proposta socioeducativa juntamente com um trabalho humanizado dos nossos servidores vem resultando cada dia mais no engajamento dos adolescentes no cumprimento da medida e repercutindo de forma positiva em suas ações no retorno ao convívio comunitário”, frisou o chefe da USL, Julio Cesar de Oliveira.
Centro de Atendimento Socioeducativo
Já no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Palmas, a história de transformação vem do J.E.S.S, de 18 anos, que relata o antes e depois da internação. ”A medida socioeducativa me proporcionou uma mudança de vida com o apoio e incentivo de toda equipe. Lá fora temos muitas influências negativas, enquanto aqui elas são positivas, vindas de todos que levantam nossa autoestima e nos colocam no lugar mais alto que imaginamos. Aqui foi um momento que eu refleti bastante. Eu era um menino que não tinha planos para o futuro e aqui me fizeram ver que eu tenho um valor, que vou subir na vida e sair de cabeça erguida”, confidenciou o adolescente que já está na iminência de finalizar sua medida socioeducativa e com proposta de trabalho articulada pela equipe do Case.
Eixos de atuação
A agente socioeducativa e psicóloga do Case, Mayra Dayanne Barbosa, reforça que a medida socioeducativa acontece sob vários eixos de atuação. “Como a medida tem caráter interdisciplinar, durante a internação no Case trabalha-se a perspectiva de converter as experiências vivenciadas pelo adolescente em aprendizagem, provocando reflexões comportamentais em situações cotidianas. Trabalhamos também o manejo da ansiedade, além de exercitarmos a tolerância e a frustração por meio de projetos que vão além das paredes de uma sala de atendimento, como o esporte, a arte, o artesanato”, frisou. (Governo do Tocantins).