A Justiça Federal do Tocantins determinou a suspenção dos passeios turísticos que estão sendo realizados por uma associação na reserva indígena Inywebohoná, na ilha do Bananal. O local é o lar do povo da etnia Javaé e é protegido por Lei Federal. A Associação Horotory-hawá teria levado grupos para vistas às aldeias, pesca esportiva e outras atividades na região. O Ministério Público Federal afirma que tudo foi organizado de forma clandestina.
A decisão é do juiz federal Adelmar Aires Pimenta. Ele não analisou ainda se a atuação da associação é de fato ilegal, como entende o MPF. A suspensão foi motivada porque o juiz viu risco de contaminação dos indígenas pela Covid-19.
Adelmar Aires Pimenta cita na decisão "o reconhecido colapso do Sistema Hospitalar em geral, com ocupação de mais de 80% dos leitos clínicos – COVID-19 e de UTI – COVID-19, inclusive na redes pública e privada do Estado do Tocantins, que atingiu esta semana 100% de ocupação dos leitos de UTI – COVID-19". O magistrado completou ainda que "é público e notório que os indígenas integram grupo vulnerável ao agente patogênico que causa a atual emergência sanitária".
De acordo com a denúncia, os passeios da associação teriam sido feitos sem o respeito pelas normas sanitárias contra a Covid-19. A multa diária caso a associação não suspenda as atividades turísticas é de R$ 10 mil.
Segundo o MPF, a Horotory-hawá começou os passeios depois que outro grupo, a Associação Natureza Viva Ilha do Bananal (ANVIB) apresentou um plano para realizar visitação turística na ilha de forma sustentável. A ideia estava sendo executado de forma experimental na Aldeia Indígena Boto Velho quando os procuradores descobriram que a outra associação tinha assumido a exploração da atividade sem respeitar os princípios de sustentabilidade que norteavam o plano.
A ilha do Bananal fica na região oeste do Tocantins, perto da divisa com o Mato Grosso e Goiás. Se trata da maior ilha do tipo fluvial do mundo, lar de centenas de indígenas. (Fonte: G1 Tocantins).