Cerca de 57 Assentados da Associação dos Trabalhadores Rurais União e Paz de Araguaína entraram em desespero nesta semana com a cobrança de uma suposta dívida de mais de 1 milhão e meio de reais que teria sido feita pela Associação há quase 10 anos.
A cobrança chegou na casa do seu Rafael Mendes da Costa por meio do mandado de citação nº 376/2020, que teria sido expedido pela justiça federal- subseção judiciária de Araguaína.
O valor da dívida? Cerca de R$ 40 mil referentes à suposta dívida que a Associação teria feito em um Assentamento no Município de Palmeirante. O curioso é que seu Rafael disse que nunca teve terra neste assentamento nem em outro lugar e que não sabe onde fica a Associação.
A mesma cobrança, que está sendo entregue por meio de oficial de justiça, está chegando a outras pessoas, que também dizem não saber nada sobre a suposta dívida.
De acordo com a citação, os Assentados têm um prazo de 5 dias para pagar a importância indicada na petição, acrescida de encargos legais.
De acordo com a petição, o responsável pela ação contra os membros da Associação é a Fazenda Nacional.
Os assentados, que faziam parte da Associação quando a área foi desapropriada, a fazenda Apinajé, município de Palmeirante, dizem que estão sem saber o que fazer, pois não fizeram nenhum empréstimo nem assinaram qualquer documento na época em que a terra foi dividida, tocando cerca de 2 alqueires e meio para cada assentado.
Sem citar nomes, muitos dos assentados, que desistiram da terra, afirmam que na época, um ex-vereador de Araguaína e um amigo dele, que é dono de uma construtora de casas, podem estar por trás do suposto empréstimo da Associação. Eles dizem ainda que nunca houve nenhuma reunião ou acordo para que a entidade dos assentados tomasse qualquer tipo de empréstimo em nome dos membros da Associação.
“Estamos em desespero. Todo mundo é pobre, não tem nem o que comer e agora vem uma dívida dessa de 40 mil reais. Ninguém pegou empréstimo, mas estão cobrando uma coisa que a gente não deve nem sabe o que é nem quem fez essa dívida. Quem tem que pagar a dívida é quem pegou e gastou o dinheiro e não o povo pobre de assentamento”, disse Jusciléia, que na época pertencia à Associação.