19/10/2020 às 07h21min - Atualizada em 19/10/2020 às 07h21min
Projeto do Governo do Tocantins de concessão do Parque Estadual do Jalapão é destaque em entrevista do presidente do BNDES para o Estadão
Foto: Divulgação/Governo do Tocantins Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, conhecido como Estadão (edição deste sábado, 17), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, ao falar sobre concessões de parques ou unidades de conservação, com foco na exploração do turismo e preservação ambiental, destacou o projeto de concessão do Parque Estadual do Jalapão, idealizado pela Secretaria de Estado de Parcerias e Investimentos e o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).
Conforme a matéria, o BNDES pretende consolidar os projetos de concessão até o fim de 2021. As concessões, segundo o banco, são uma forma de aproveitar o potencial ambiental do país e, ao mesmo tempo, fomentar negócios turísticos e incentivar a preservação.
Em torno de 100 unidades, entre federais e estaduais, com potencial para concessão já foram mapeadas pelo BNDES, que espera já no fim deste ano ou início de 2021, firmar acordos entre a União e governos estaduais para modelar os projetos de concessão. O mapeamento levou em consideração “parques que já possuem plano de manejo e estão com a situação fundiária regularizada e, ao mesmo tempo, estão localizados num raio de duas horas de viagem de algum aeroporto. Um deles é o Parque Estadual do Jalapão (TO)”, destaca a matéria.
Conforme o presidente do BNDES, algumas conversas com os estados já estão bem adiantadas. As primeiras unidades a serem licitadas são parques nacionais do Iguaçu (PR), de Jericoacoara (CE) e dos Lençóis Maranhenses (MA).
Potencial
Ao analisar os resultados obtidos pelos Estados Unidos com a exploração de seus parques naturais federais, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, vê grande potencial de negócios nesse modelo de concessões, pois para ele, apesar da abundância de recursos naturais, o turismo no Brasil ainda é pouco desenvolvido.
Segundo dados do Serviço de Parques Nacionais, apenas os parques naturais federais dos Estados Unidos receberam 327,5 milhões de visitantes em 2019, enquanto os parques nacionais do Brasil recebem em torno de 15 milhões de visitantes ao ano.
Atualmente, o Brasil possui 18 parques naturais ou unidades de conservação concedidas, sendo o Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina, a experiência mais antiga.
Fiscalização
Segundo Gustavo Montezano, os planos de manejo têm a preservação como premissa, para evitar a exploração excessiva. A fiscalização de infrações e crimes ambientais seguirá a cargo dos órgãos públicos, federal e estaduais, com apoio logístico da concessionária. “Os modelos de negócios ficarão a cargo das propostas por parte dos operadores interessados - empresas do ramo hoteleiro e turístico - que poderão prever receitas não apenas com tarifas, mas também com negócios associados, como hotéis, restaurantes, lojas, entre outros serviços Turísticos”, finaliza a reportagem.
Tocantins PPI
O governador Mauro Carlesse e o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, assinaram no último dia 14 de setembro, o Acordo de Cooperação Técnica entre o BNDES e o Governo do Tocantins com o objetivo de apoiar e promover o Programa de Parcerias e Investimentos do Estado do Tocantins (Tocantins PPI), que conta hoje com 14 projetos em sua carteira. Os projetos de concessão das Unidades de Conservação do Jalapão e do Cantão, serão os primeiros projetos estruturados pelo BNDES.
“É uma satisfação muito grande estar aqui assinando uma parceria para esses grandes projetos. O Tocantins dá um passo muito maior para o seu futuro, principalmente para as pessoas que tanto precisam desses investimentos, que proporcionarão maior qualidade de vida para nossas comunidades. O Tocantins é muito forte, tem muito potencial, mas faltam parcerias e projetos para o futuro do Estado, principalmente do povo que está lá na roça”, ressaltou o governador Mauro Carlesse ao assinar o acordo com o BNDES.
O Jalapão, terra do capim dourado, matéria-prima para joias, adereços e objetos diversos que já conquistou o mercado fora do Estado. Mas a região ainda oferece cenários ideais para o ecoturismo e o turismo de aventura com suas dunas, serras, cachoeiras e corredeiras. (Secom TO).