28/09/2020 às 08h09min - Atualizada em 28/09/2020 às 08h09min
Pantanal: área queimada equivale a três DFs
Créditos: Mayke Toscano/Secom-MT Com 6.796 focos de incêndio entre 1º de setembro e ontem, o Pantanal vive o pior mês da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora queimadas no bioma desde 1998. No mesmo período, em 2019, havia 2.727 focos registrados; em 2018, 783. Antes, o pior mês havia sido agosto de 2005, com 5.993. No total, o Inpe detectou 16,9 mil incêndios entre janeiro e setembro deste ano, maior número já registrado no período.
Somente este mês, a quantidade de focos ultrapassa o acumulado de vários anos inteiros, como 2018, que teve 1.691 incêndios; 2017, com 5.773; e 2016, com 5.184. Ao longo de 2020, o fogo no Pantanal queimou uma área de 18,6 mil km² — o equivalente a mais de três vezes o tamanho do Distrito Federal. O espaço destruído em apenas oito meses chega perto dos 20,8 mil km² devastados pelo fogo ao longo dos 12 meses de 2019, maior registrado em um ano.
Algum nível de queimada é esperado nesta época, por ser a mais seca do ano. Mas 2020 já começou ruim no bioma, com poucas chuvas, na fase mais úmida, e muito mais focos de incêndio do que a média em anos anteriores, mesmo no primeiro semestre. Soma-se a pior seca na região nos últimos 60 anos — de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) — à indução de queimadas por seres humanos.
A Delegacia de Meio Ambiente (Dema) do Mato Grosso apura, desde o início do mês, quem são os possíveis responsáveis por vários focos de incêndio no Pantanal. De acordo com o governo do estado, cinco perícias feitas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT) apontaram a ação humana como causa da origem das queimadas na região.
A chegada das chuvas cria expectativa de melhora na segunda metade de outubro. Por enquanto, contudo, o Pantanal continua passando por “condições de seca severa a excepcional”, principalmente na região norte do bioma, segundo o Cemaden. De julho a setembro, mais de 80% das áreas agroprodutivas dos municípios de Cáceres, Poconé e Barão de Melgaço foram afetadas pela seca.(Fonte: CorreioBrasiliense).