Cidade de Araguaína celebra 2 anos com título de Capital Econômica do Tocantins

19/07/2025 08h30 - Atualizado há 23 horas

A cidade de Araguaína completou dois anos desde que recebeu oficialmente o título de Capital Econômica do Tocantins, por meio da Lei nº 4.200, de autoria do deputado estadual Marcus Marcelo (PL).

A norma foi sancionada pelo governador Wanderlei Barbosa em 18 de julho de 2023 e reconhece a força do município por sua localização estratégica, geração de empregos e protagonismo no comércio e no setor de serviços.

Em alusão à data e ao Dia do Comerciante, comemorado na mesma semana, o deputado destacou, em suas redes sociais, histórias de trabalhadores que representam a identidade e o espírito empreendedor de Araguaína — homens e mulheres que contribuem diariamente para o desenvolvimento da cidade, mantendo vivas a cultura e as tradições locais.

“Quando propusemos a lei, nosso objetivo era reconhecer oficialmente aquilo que Araguaína já representa na prática: uma cidade de oportunidades, de comércio forte e que gera retorno para aqueles que chegam querendo trabalhar. Hoje, dois anos depois, a cidade segue crescendo, e é justo dar visibilidade àqueles que constroem essa força todos os dias com as próprias mãos”, afirmou Marcus Marcelo.

Salão do Poncion: o Lampião de Araguaína

Entre os homenageados está Antônio de Souza Poncion, de 68 anos, conhecido como o Lampião de Araguaína, cabeleireiro desde a década de 1970. Natural de Nova Iorque (MA), chegou ao Tocantins ainda criança e construiu sua trajetória na Capital Econômica do Estado. Seu primeiro salão foi aberto na movimentada Avenida Cônego João Lima. Em 2019, passou a atender no Setor Noroeste.

Poncion se destacou não apenas pela habilidade com a tesoura, mas também pelo carisma e estilo único: sempre vestido como o cangaceiro Lampião, cantando, recitando poesias ou contando piadas. Sua figura icônica chegou a ganhar repercussão nacional em um programa da TV Record.

“Esse estilo é minha marca registrada. Eu sou o Rei do Cangaço e amo Araguaína. Sempre digo que aqui é o melhor lugar para se viver”, afirma Poncion, que segue atendendo no setor Noroeste.

Tradição familiar: da farinha no Mercado ao chambari na Feirinha

Um dos pontos mais tradicionais de Araguaína é o Mercado Municipal, conhecido pela variedade e qualidade dos produtos vendidos a preços acessíveis. É lá que trabalha Erisvaldo Barbosa, de 41 anos, com sua banca de farinhas. Ele começou aos 11, ao lado do pai, Domingos, e manteve o negócio mesmo após a aposentadoria do patriarca.

“Tenho orgulho de continuar o que meu pai começou e ver que muita gente ainda nos procura pelo nosso jeito de atender e pela qualidade do produto”, afirma Erisvaldo.

Na também tradicional Feirinha de Araguaína, o chambari da Dona Geralda é sinônimo de sabor e memória afetiva. A receita vem do pai dela, Generiano, conhecido na cidade como o Baiano da Panelada. Atualmente, Dona Geralda está em recuperação de um problema de saúde, enquanto o marido, Pedro Clorentino, comanda o ponto e mantém vivo o tempero da família.

“A situação da minha esposa é complicada, mas seguimos com fé, servindo pratos típicos com o mesmo carinho e sabor de sempre. Araguaína tem um excelente movimento, e percebemos isso pela quantidade de turistas que passam por aqui”, destaca Pedro.

Casa do Guaraná: sabor que virou referência

Outro exemplo de empreendedorismo local é a Casa do Guaraná — parada obrigatória na Rua Castelo Branco. Há 24 anos, o ponto é comandado por Pedro Henrique Rocha, de 56 anos. Ele chegou de Imperatriz (MA) em 2001 e construiu seu negócio do zero.

O começo foi difícil. Cheguei sem nada, mas a cidade me acolheu. Hoje, além do açaí, distribuímos produtos naturais como farinha de castanha, pó de guaraná e amendoim. Tudo vem da nossa fábrica no setor Morada do Sol”, conta Pedro.

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