Ninguém começa a construir uma casa sem antes fazer um planejamento de quanto vai gastar. Essa é a regra.
Mas, com a coisa pública essa regra pode ser diferente. Pelo menos é o que se vê em Araguaína-TO.
Na cidade, que é a capital da economia do Estado, é possível ver obras estruturais paradas por todo lado. Algumas delas "baixaram as portas" desde o fim das eleições municipais do ano passado. O caso é revoltante.
Como exemplo da farra de obras paradas em Araguaína estão as espalhadas pela avenida Filadélfia, no trecho entre o Detran e o Atacadão. Os mais críticos já apelidaram o local de "cemitério de obras".
Num espaço de menos de 1 km, a avenida Filadélfia esconde 4 obras. A primeira, o novo prédio da Câmara de vereadores, parada recentemente pela própria Prefeitura, responsável pela construção. A segunda, a canalização e urbanização do córrego Baixa Funda, primeira etapa, esquecida há cerca de um ano. A terceira, a pavimentação das ruas no residencial Camargo, feita pela metade. E, a quarta, o badalado parque do Baixa Funda, anunciado no período eleitoral do ano passado.
O que chama a atenção é que, juntas, estas obras somam cerca de 64 milhões de reais. E para piorar, logo à frente do "cemitério de obras", está o único local de lazer público destinado à população, que é o balneário Jacuba. O lugar, abandonado, parece aprodecer ao relento, apesar de terem anunciado durante campanha eleitoral a revitalização do balneário, com investimento de 5 milhões de reais.
São milhões de reais enterrados na lama. A situação de suposto abandono das obras parece não incomodar os responsáveis pela aplicação do dinheiro do povo, que é despejado, sem dó, na enxurrada da irresponsabilidade.