O Tocantins, estado mais jovem do Brasil, apresenta um crescimento urbano e econômico concentrado em cinco municípios que se destacam pela população, arrecadação e influência política.
Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins são as cidades que lideram esses indicadores, refletindo as forças e desigualdades regionais dentro do estado.
Levantamento recente mostra que, enquanto a capital Palmas mantém sua posição como centro econômico, outras cidades ganham relevância com estratégias próprias de desenvolvimento. A análise desses números não apenas informa a população sobre o potencial de cada município, mas também evidencia como a distribuição de recursos impacta a administração pública e os serviços essenciais.
Palmas: A Metrópole do Tocantins
Com 313.349 habitantes, Palmas continua sendo a maior cidade do estado e a que mais arrecada. A receita anual ultrapassa R$ 2,5 bilhões, o que representa quase o dobro do segundo colocado, o município de Araguaína. Essa força econômica reflete no salário do prefeito, que teve um reajuste de R$ 37.627,28 para R$ 39.643,08 em fevereiro de 2025, consolidando-o como o mais alto entre os gestores municipais do Tocantins.
Palmas é a cidade com a economia mais diversificada do estado, sendo impulsionada pelo comércio, setor de serviços e investimentos em infraestrutura. Seu crescimento acelerado faz com que a capital concentre grande parte dos investimentos públicos e privados no estado.
Araguaína: O Gigante do Norte
Com 183.381 habitantes, Araguaína segue como a segunda maior cidade do Tocantins e a principal referência do Norte do estado. Com uma receita anual de R$ 1,2 bilhão, a cidade se destaca pelo agronegócio e comércio, sendo um polo econômico fundamental para a região.
Apesar da relevância econômica, o salário do prefeito é inferior ao de cidades menores: R$ 26.600,00, o que levanta questionamentos sobre os critérios utilizados em outros municípios para a fixação da remuneração dos agentes políticos.
Gurupi: A Rota do Desenvolvimento
Terceira maior cidade do estado, Gurupi conta com 88.313 habitantes e uma receita estimada de R$ 600 milhões por ano. Cidade conhecida como a "Capital da Amizade", sua economia é fortemente baseada na pecuária e na agricultura, setores que impulsionam o crescimento.
A atual prefeita da cidade, Josi Nunes, passou a receber R$ 22.500,00 em 2025, valor inferior ao de Porto Nacional e Paraíso do Tocantins, mesmo tendo uma população maior. Essa diferença reforça o debate sobre a estrutura salarial dos gestores municipais e os critérios para definição desses valores.
Porto Nacional: Tradição e Crescimento
Com 57.863 habitantes, Porto Nacional tem uma arrecadação anual de R$ 450 milhões e o subsídio do prefeito é de R$ 26.000,00. A cidade, de forte tradição histórica e cultural, tem sua economia sustentada pelo setor de serviços e comércio, além do agronegócio.
Apesar de ser menor que Gurupi, Porto Nacional apresenta um salário mais alto para o prefeito, reforçando a ideia de que a remuneração não está diretamente ligada à população ou à receita do município.
Paraíso do Tocantins: O Poder do Comércio
A quinta maior cidade do estado, Paraíso do Tocantins, conta com 52.369 habitantes e uma receita anual de R$ 350 milhões. No entanto, um dado chama atenção: o salário do prefeito é de R$ 33.382,00, superando cidades mais populosas e com arrecadação superior, como Araguaína, Gurupi e Porto Nacional.
Esse contraste levanta discussões sobre a gestão de recursos públicos e a priorização de investimentos. Paraíso tem uma economia baseada no comércio e nos serviços, sendo beneficiada por sua localização estratégica próxima à capital Palmas.
O que esses números revelam?
A análise dos cinco maiores municípios do Tocantins traz à tona questões essenciais para o debate político e econômico do estado. A discrepância entre arrecadação, população e salários dos gestores municipais evidencia como cada cidade administra seus recursos e define suas prioridades.
Enquanto Palmas se consolida como a potência estadual, outras cidades enfrentam desafios para crescer de forma sustentável e garantir uma gestão eficiente. O impacto dessas decisões reflete diretamente na qualidade de vida da população e no desenvolvimento do Tocantins como um todo.
Fontes: IBGE, Diários Oficiais e Portais da Transparência.